22.1.10

Luís XVI

Comemoraram-se ontem 217 anos da execução do Rei cristão, Luís XVI. Tal como já aqui fiz em anos anteriores, não poderia deixar de referir este facto pela sua importância na marcha do Mal pela destruição de uma sociedade cristã. Luís XVI foi um mártir da Fé, fazendo prova de um heroismo que surpreendeu muitos dos que o acompanharam nos seus últimos dias. Ao ver o estado comatoso da França de hoje não posso deixar de pensar neste acto, que marcou o início da destruição da França, e em seguida de toda a Europa. Será que alguma vez a Europa se libertará de tão nefanda herança? E a que preço? Só Deus o sabe.

Em nome da Pátria

Tenho estado a ler o livro “Em nome da pátria” de João J. Brandão Ferreira, autor que costuma colaborar com o semanário “O Diabo”, e cujas crónicas muito aprecio. O livro foi escrito com o intuito de dar a conhecer a verdade sobre a sequência dos factos relacionados com a questão ultramarina, se é que assim se pode chamar, e rebater muitas das teses veiculadas pelos opositores da República Corporativa, e que de resto constituem hoje a “verdade homologada” pelo regime, para justificar a insustentabilidade e a “injustiça” do conflito que travávamos no ultramar. Aliás logo na página nove podemos ler a quem o livro é dedicado, e passo a citar:

“À verdade histórica
Aos bons portugueses
Aos combatentes, soldados de Portugal
E para que, na eterna luta, o Bem vença o Mal.”

Até agora apenas li cerca de um quarto do livro e nesse quarto que li agradou-me muito o rigor da descrição do contexto internacional e nacional do pós-guerra. Para compreensão deste último, e como ele muito bem refere, há que recuar às invasões francesas, na medida em que a Constituição de 1933 é uma reacção, não só à República Democrática e jacobina mas também à sua precursora: a Monarquia Constitucional. Dá-me imenso gosto ver alguém que compreende plenamente o que foi a II República e que não cai na visão simplista de meter as três repúblicas no mesmo saco e de considerar a II uma ditadura. O livro põe bem em evidencia o esforço titânico de Salazar (e daqueles que com ele colaboraram) para, no fundo defender a nossa Civilização, dos ataques, quer externos (sobretudo no seio da ONU) quer internos, havendo a destacar neste caso o papel dos liberais (que como é sabido formaram a “Ala Liberal” durante a “primavera marcelista”) e que de resto estão na génese do actual PSD, e na da ala “guterrista” do PS. A História é pródiga em situações em que os liberais, ou moderados se se quiser, servem de “batedores do Mal”, ou “veículos de contra-valores cristãos” como li em tempos, pensemos por exemplo no caso da nobreza orleanista liderada pelo tristemente célebre Duque d’Orléans que era Grão-Mestre da maçonaria que acabou também por ser guilhotinado. Hoje divirto-me quando, perante o descalabro a que Portugal chegou, vejo muitos deste liberais a lamentar a situação do país sem no entanto serem capazes de esboçar um só plano minimamente exequível para a superar. A dívida de Portugal para com Salazar é, de facto, imensa.